quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mãe de adolescente, meu filho adolescente.



Libertar-se é algo tão importante quanto respirar, isso é uma forma de respeito a si mesmo.

Começo com essa frase para falar do meu filho adolescente e o quanto o seu modo de ser as vezes incomoda as pessoas, inclusive as mais próximas.

Lucas, é um adolescente atípico, o que quero dizer com isso, é que ele foge ao “padrão adolescente” da época.

É um garoto de 15 anos, bastante introspectivo e silencioso, nutri pouquíssimos amigos e gosta de sua própria companhia, sente-se feliz praticando seus exercícios físicos, curtindo seus games, desenhos animes e ouvindo suas músicas instrumentais.

Tem seu universo particular cultivado, onde só permite entrar aqueles em quem realmente confia.

Quando criança, por ser tímido, o levei para fazer terapia, achava que seria importante para seu desenvolvimento em grupo, com o tempo percebi que quem precisava de terapia era eu, porque ele estava satisfeito com a vida que tinha.

Até bem pouco tempo, conversava com a orientadora da escola, porque ela se preocupava bastante com o jeito calado dele, não gosta de grupinhos, e eu o questionei algumas vezes, se estava tudo bem, se ele estava feliz por estudar onde estudava, se estava acontecendo algum tipo de bullyng na escola, e ele no auge de sua sabedoria, me disse: “Mãe, não sei o porquê se preocupam tanto com meu jeito de ser, se estou bem e sou feliz, não tenho nenhum problema, eu só não gosto dos tipos de conversas dos colegas da escola, os assuntos que eles conversam, não me interessam, não se pode aproveitar nada.”

Diante desse relato, mais uma vez, pude ter a certeza, que novamente quem precisava de ajuda era eu, porque com meu filho estava tudo bem, essa é a maneira dele ser, e como a maioria dos garotos na idade dele vivem no meio de grupos, querendo pegar meia dúzia de meninas e contar vantagem com isso, viver em baladinhas e afins, um garoto que se diferencia da grande maioria por seus valores sólidos, acaba sofrendo um certo preconceito, e essa preocupação na escola não tinha razão de ser, embora seja válida a maneira como se percebe os alunos de forma individual.

Meu filho, é um menino brilhante, meu menino nerd, capaz de atitudes surpreendentes, como por exemplo achar inadmissível pequenas mentirinhas, presa a verdade acima de qualquer coisa, e tem uma sabedoria que só quem o conhece verdadeiramente sabe, não é de bater papo com quem não tem intimidade, mas quando se sente à vontade com alguém, é capaz de dar o melhor sorriso, porque sorri com a alma, alma de quem não faz média para conquistar pessoas, é o que é, e é um ser humano tão do bem, que fica difícil expressar em palavras.

Sei que muitos podem pensar que estou sendo exagerada, afinal de contas, sou suspeita por ser a mãe dele, mas não, sei do que estou falando e exatamente por ser sua mãe e também melhor amiga, e posso dizer que jamais conheci tanta integridade num menino de 15 anos.

Quando conversamos sobre meninas, ele me diz: “Mãe, as meninas não gostam de garotos como eu, não faço o perfil delas, elas preferem os caras populares”.

Então eu digo: “A maioria das meninas realmente não gosta, mas é melhor que seja assim, porque esse tipo de menina jamais valorizaria sua essência, sua maneira honrada de ser, portanto Deus na hora certa, colocará uma garota linda assim como você é, capaz de enxergar a pessoa sincera e especial que está dentro de você”.

E ele acaba concordando, porque lá no fundo sabe que é verdade, nós mães somos meio bruxas, e somos  até capazes de fazer algumas previsões sobre a vida de nossos filhos.

Lucas, amo você, tanto, tanto... Amo seu cabelo crescendo, esse seu jeito de não gostar de calça jeans, essa timidez estampada na cara quando te sufoco de carinho, amo a maneira que cuida de mim e amo a maneira que me ama.

Você veio lá do céu, com um grande objetivo, o de me fazer feliz.

Ser mãe de filho adolescente é fantástico, ser sua mãe é um presente raro de Deus.

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