Começo com essa frase para falar do meu filho
adolescente e o quanto o seu modo de ser as vezes incomoda as pessoas,
inclusive as mais próximas.
Lucas, é um adolescente atípico, o que quero
dizer com isso, é que ele foge ao “padrão adolescente” da época.
É um garoto de 15 anos, bastante introspectivo
e silencioso, nutri pouquíssimos amigos e gosta de sua própria companhia,
sente-se feliz praticando seus exercícios físicos, curtindo seus games,
desenhos animes e ouvindo suas músicas instrumentais.
Tem seu universo particular cultivado, onde só
permite entrar aqueles em quem realmente confia.
Quando criança, por ser tímido, o levei para
fazer terapia, achava que seria importante para seu desenvolvimento em grupo,
com o tempo percebi que quem precisava de terapia era eu, porque ele estava
satisfeito com a vida que tinha.
Até bem pouco tempo, conversava com a
orientadora da escola, porque ela se preocupava bastante com o jeito calado
dele, não gosta de grupinhos, e eu o questionei algumas vezes, se estava tudo
bem, se ele estava feliz por estudar onde estudava, se estava acontecendo algum
tipo de bullyng na escola, e ele no auge de sua sabedoria, me disse: “Mãe, não
sei o porquê se preocupam tanto com meu jeito de ser, se estou bem e sou feliz,
não tenho nenhum problema, eu só não gosto dos tipos de conversas dos colegas
da escola, os assuntos que eles conversam, não me interessam, não se pode
aproveitar nada.”
Diante desse relato, mais uma vez, pude ter a
certeza, que novamente quem precisava de ajuda era eu, porque com meu filho
estava tudo bem, essa é a maneira dele ser, e como a maioria dos garotos na
idade dele vivem no meio de grupos, querendo pegar meia dúzia de meninas e
contar vantagem com isso, viver em baladinhas e afins, um garoto que se
diferencia da grande maioria por seus valores sólidos, acaba sofrendo um certo
preconceito, e essa preocupação na escola não tinha razão de ser, embora seja
válida a maneira como se percebe os alunos de forma individual.
Meu filho, é um menino brilhante, meu menino nerd, capaz de atitudes surpreendentes,
como por exemplo achar inadmissível pequenas mentirinhas, presa a verdade acima
de qualquer coisa, e tem uma sabedoria que só quem o conhece verdadeiramente
sabe, não é de bater papo com quem não tem intimidade, mas quando se sente à
vontade com alguém, é capaz de dar o melhor sorriso, porque sorri com a alma,
alma de quem não faz média para conquistar pessoas, é o que é, e é um ser
humano tão do bem, que fica difícil expressar em palavras.
Sei que muitos podem pensar que estou sendo
exagerada, afinal de contas, sou suspeita por ser a mãe dele, mas não, sei do
que estou falando e exatamente por ser sua mãe e também melhor amiga, e posso
dizer que jamais conheci tanta integridade num menino de 15 anos.
Quando conversamos sobre meninas, ele me diz:
“Mãe, as meninas não gostam de garotos como eu, não faço o perfil delas, elas preferem
os caras populares”.
Então eu digo: “A maioria das meninas realmente
não gosta, mas é melhor que seja assim, porque esse tipo de menina jamais
valorizaria sua essência, sua maneira honrada de ser, portanto Deus na hora
certa, colocará uma garota linda assim como você é, capaz de enxergar a pessoa sincera
e especial que está dentro de você”.
E ele acaba
concordando, porque lá no fundo sabe que é verdade, nós mães somos meio bruxas,
e somos até capazes de fazer algumas
previsões sobre a vida de nossos filhos.
Lucas, amo
você, tanto, tanto... Amo seu cabelo crescendo, esse seu jeito de não gostar de
calça jeans, essa timidez estampada na cara quando te sufoco de carinho, amo a
maneira que cuida de mim e amo a maneira que me ama.
Você veio
lá do céu, com um grande objetivo, o de me fazer feliz.
Ser mãe de
filho adolescente é fantástico, ser sua mãe é um presente raro de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
diga aí o que achou...