segunda-feira, 29 de junho de 2015

Gostosa o car#&%@! Meu corpo me pertence.



Eu particularmente fico muito aborrecida quando algum troglodita, diz: “Ooo gostosa!”,  Ou qualquer grosseiria do gênero.

Não me sinto nem um pingo valorizada, mas sim desrespeitada como mulher e como ser humano, porque afinal de contas não sou comida, não sou objeto para ter tais adjetivos.

Não costumo usar roupas que chamem atenção, porque acho ótimo quando ninguém me percebe na rua, mas apesar de não gostar de andar com roupas extravagantes, não concordo que mulheres sejam tratadas de forma equivocada porque usam saias curtas, shorts ou decotes, cada uma de nós, deve andar do jeito que lhe convém e isso PRECISA ser respeitado, não se deve mexer com uma mulher na rua, porque o corpo dela está a mostra, o respeito deve estar presente independente da maneira como nós nos vestimos. Que isso fique claro!

Gritar absurdos para uma mulher porque ela se veste desse jeito ou daquele, é imperdoável e cerce o nosso direito de ir e vir.

Mas acredito que esse hábito do “macho latino” está muito arraiagado a essa cultura machista e patriarcal que temos até hoje, vejo até mulheres acharem normal isso acontecer.

E esse tipo de conduta abre precedentes para que a mulher continue apanhando, seja vítima de estupro e até morra vítima de crimes passionais.

É de uma IMENSA NECESSIDADE que nós todos, homens e mulheres, não nos curvemos a esse tipo de postura machista e arcaica. É preciso se impor. É preciso expor quando isso ocorre.

Procurar ajuda, se preciso for, usar os meios de comunicação como nossos aliados, denunciando esse tipo de cafajestagem.

Não podemos continuar achando isso normal, “coisa de homem”, porque homem que é homem não trata mulher nenhuma como objeto, como lixo, afinal de contas todos viemos do útero materno, apesar de muitos parecerem ter saído de latas de lixo.

Precisamos parar de dar desculpas para essas atitudes grotescas, que só fazem nos envergonhar, nos constranger.

Cavalheirismo não deve sair de moda, agora cafajestagem deve sim e o mais rápido possível.

sábado, 27 de junho de 2015

por Cecília


SONETO ANTIGO
Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.
Cecília Meireles

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Morte


Evito escrever sobre a morte, mas quando ela acontece perto ou longe de nós, é preciso encarar que morrer faz parte da vida, apesar dessa certeza tão absoluta, é dificílimo se preparar para essa situação.
Eu nem falarei de morrer, apesar de não querer morrer jovem (quem quer né?), falo da perda dilacerante de ver partir uma pessoa querida, amada por nós.
A morte é um grande mistério, e questionamentos como: “Para onde vamos?” ou “O que nos espera do outro lado?” ou “Existe vida após a morte?” são perguntas feitas em muitos momentos por muitos de nós, ou não?
Bom, eu as faço, até com mais frequência do que gostaria, principalmente quando sei sobre pessoas jovens, com vida longa pela frente que de repente desaparecem. Isso mexe muito comigo, me faz pensar.
Perder uma pessoa, que morreu por estar idoso, claro, sem sombra de dúvida que faz doer, e muito, mas é compreensível, quando alguém que já viveu muito se vai, faz parte do processo da criação humana, da ordem natural das coisas, mas quando se perde alguém com uma longa vida pela frente, é difícil racionalizar melhor, é fora da naturalidade das coisas, do processo contínuo da vida, mas acontece.
E mais ainda precisamos ter fé, porque o que a cabeça não entende, o coração precisa aceitar.
Não existe explicação prá tudo, e nem vou entrar no mérito religioso da questão, porque existem várias tentativas para explicar o mistério do partir, o mistério da morte.
Acredito sim, que a morte propriamente dita, não existe, penso que existem oportunidades além desse plano terrestre e com eles podemos continuar aprendendo, mas não vou discutir essa questão aqui, porque de verdade, a morte é um mistério, que todos nós desvendaremos em algum momento da vida.
Por isso, valorizar a vida e fazer o bem, deve ser uma prática diária, constante, não deve ser vista como piegas, isso também deve nos preparar para o “algo a mais” que vem por aí.
É muito importante se religar a Deus, se comunicar diretamente com Ele, pedir sabedoria, preparação para esse momento de separação física de quem amamos.
Estudar a Bíblia, tentar compreender a vontade de Deus sobre nós.
Morrer não deveria ser visto como algo ruim, principalmente para aqueles que andam pelo caminho correto, mas isso é algo que também preciso compreender melhor, estudar muito mais, driblar a minha ignorância no assunto.
Que aqueles que perderam um ente querido, um amigo, alguém que se admirava, tem nesse momento a misericórdia do Senhor, a tranquilidade e “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento...” (Filipenses 4:7)
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em Mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” João 11.25,26
É isso queridos, paz no coração de todos.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O ato de silenciar





Já analisaram como é importante silenciar? Ficar recluso? Tentar ouvir apenas o som da sua própria respiração?

Percebem que se está na companhia de alguém, até mesmo um desconhecido numa recepção de um consultório médico, e se resolver ficar em silêncio, você passa por antipático?

Porque será que duas pessoas juntas, parentes, amigos ou namorados, não conservam um pouco de silêncio em suas relações?

É cansativo falar o tempo todo, sem dar tempo para a pausa, o refletir, o simples respirar.

Não sou a mais quieta das criaturas, infelizmente, porque acho uma característica louvável na personalidade de alguém, quando se consegue manter o silêncio, respirar e pensar antes de sair falando com todo mundo, qualquer coisa.

Com o passar do tempo, percebo o quão recompensador é fechar a boca, porque o mundo está cheio de pessoas que falam demais, e quem costuma falar demais certamente irá falar besteira com maior frequência.

Meu filho tem esse dom de silenciar, com certeza há quem o achem até meio antipático, por ser quieto e não se abrir facilmente para qualquer pessoa que chegar, porque os quietos passam essa imagem de antissociais e antipáticos, quando na verdade só são mais seletivos, menos “dados”, observam mais e falam menos, e isso prá mim é uma virtude, porque te impede bastante de falar e fazer bobagens.

Eu me uso como exemplo, sempre fui mais comunicativa, fazia amizade fácil, e com isso fui bastante prejudicada, porque existem pessoas que confundem as coisas e excesso de simpatia atrapalha e muito.

Hoje sou mais contida, analiso mais, sou educada, mas não estendo conversas com quem não estou bastante familiarizada, porque antes por ser a “Miss Simpatia” e por não querer magoar as pessoas conhecidas e as vezes desconhecidas, falava quando simplesmente queria S-I-L-Ê-N-C-I-A-R.

Quem fala demais, fala tanto que muitas vezes não deixa o outro falar e cansa a companhia de uma pessoa tagarela demais, é preciso a pausa, as relações afetivas também se constroem no silêncio, no respeito ao silêncio do outro.