quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Estar triste, não é ser triste

As vezes estou triste, mas isso não significa que sou triste.

Tem dias que tudo é mais difícil sim, e sorrir custa um esforço enorme, e a solidão é companhia.

O mundo prega tantas coisas: tenha isso, faça aquilo, se alimente dessa maneira, seja bonito, seja esperto, apareça, quando na verdade a única coisa importante que deveria pregar, é: fique em paz, sendo você mesmo.

As vezes minha força me irrita um pouco, porque no fundo eu só queria ser uma criança e poder chorar sem ter vergonha, sem medo de parecer fraca, mas existe uma pessoa que habita que em mim, que jamais aceita pedir ajuda, jamais permite parecer fraca, as vezes não gosto dela.

Essa pessoa, é tão mais forte do que eu, porque ela anula esse meu outro lado frágil, não aceito ser frágil, nunca aceitei, não posso permitir, mas queria.

Mas hoje estou cansada, e escrever é o meu melhor remédio para curar as dores que atravessam a minha alma e agridem o meu corpo.

Quem disse que não posso ficar quieta e ter uma conversa franca com Deus? Ele me ouve tanto, sei porque ao final de cada diálogo, Ele me consola em seus braços e me faz dormir.

E quando adormeço, sei que fui acolhida e que Ele prestou atenção na nossa conversa.

É triste as vezes, mas quem disse que deve ser fácil sempre?

Que antidoto foi esse criado com o nome de “a pílula da felicidade”?

Ser feliz, não significa estar feliz todos os dias, minutos e segundos, isso soaria hipócrita e mentiroso, e eu não sou nem uma coisa nem outra, só de vez em quando, quem não é?

O medo nos afasta do mundo, mas esse afastamento não é ruim, serve para que possamos enxergar o meu mundo, onde só habita uma única pessoa, eu.

Todo mundo tem uma parte de si, que é só sua, onde ninguém mais pode entrar e isso foi um presente de Deus para nós, porque é bom ficar sozinho e ouvir a sua própria voz.

Hoje, foi o máximo que pude extrair de mim...

E para finalizar, a voz de alguém que me entende como se tivesse me parido: “Eu não sou tão triste assim, é que hoje estou cansada”. C.L.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Choro





Às vezes é difícil controlar as lágrimas, então eu choro.

Choro quando vejo uma criança na rua, sem escola, sem um lar, sem proteção, numa pátria denominada “educadora”.

Choro quando vejo um mundo injusto e violento, e é nesse mundo que meu filho vai sair sozinho e tentar cuidar de si mesmo.

Choro quando não sou compreendida pelas pessoas que deveriam me compreender.

Choro quando estou de tpm e meu humor oscila em várias estações da hora que acordo até a hora que vou dormir.

Choro quando tenho crises fibromiálgicas, e sinto dor até no simples ato de respirar.

Choro quando vejo que pessoas com algum tipo de deficiência são tão corajosas diante da vida que conseguem abraçar o mundo com a alma.

Choro quando o homem da minha vida, acredita tanto em mim, que me faz confiar que posso tudo o que eu quiser.

Choro por ser a mãe de um cara incrível, de alma inigualável.

Choro porque minha mãe é a minha melhor amiga, e cuida de mim até hoje.

Choro por ser filha do pai mais preocupado, mais querido do mundo.

Choro quando vejo as pessoas chorarem porque estão tristes ou alegres.

Choro quando vejo uma mãe chorar porque perdeu um filho, e não há dor pior.

Choro quando lembro que tenho poucos e bons amigos, e nem a distância consegue nos separar.

Choro pela minha tentativa de superação dia a dia.

Choro quando vejo boas ações.

Choro por saber que nosso planeta está cercado de abutres, destruindo todas as obras de Deus.

Lágrimas de alegria, tristeza, gratidão, minhas lágrimas acontecem por tantos motivos, chorar é um modo de sair de mim, me extrapolar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mãe de adolescente, meu filho adolescente.



Libertar-se é algo tão importante quanto respirar, isso é uma forma de respeito a si mesmo.

Começo com essa frase para falar do meu filho adolescente e o quanto o seu modo de ser as vezes incomoda as pessoas, inclusive as mais próximas.

Lucas, é um adolescente atípico, o que quero dizer com isso, é que ele foge ao “padrão adolescente” da época.

É um garoto de 15 anos, bastante introspectivo e silencioso, nutri pouquíssimos amigos e gosta de sua própria companhia, sente-se feliz praticando seus exercícios físicos, curtindo seus games, desenhos animes e ouvindo suas músicas instrumentais.

Tem seu universo particular cultivado, onde só permite entrar aqueles em quem realmente confia.

Quando criança, por ser tímido, o levei para fazer terapia, achava que seria importante para seu desenvolvimento em grupo, com o tempo percebi que quem precisava de terapia era eu, porque ele estava satisfeito com a vida que tinha.

Até bem pouco tempo, conversava com a orientadora da escola, porque ela se preocupava bastante com o jeito calado dele, não gosta de grupinhos, e eu o questionei algumas vezes, se estava tudo bem, se ele estava feliz por estudar onde estudava, se estava acontecendo algum tipo de bullyng na escola, e ele no auge de sua sabedoria, me disse: “Mãe, não sei o porquê se preocupam tanto com meu jeito de ser, se estou bem e sou feliz, não tenho nenhum problema, eu só não gosto dos tipos de conversas dos colegas da escola, os assuntos que eles conversam, não me interessam, não se pode aproveitar nada.”

Diante desse relato, mais uma vez, pude ter a certeza, que novamente quem precisava de ajuda era eu, porque com meu filho estava tudo bem, essa é a maneira dele ser, e como a maioria dos garotos na idade dele vivem no meio de grupos, querendo pegar meia dúzia de meninas e contar vantagem com isso, viver em baladinhas e afins, um garoto que se diferencia da grande maioria por seus valores sólidos, acaba sofrendo um certo preconceito, e essa preocupação na escola não tinha razão de ser, embora seja válida a maneira como se percebe os alunos de forma individual.

Meu filho, é um menino brilhante, meu menino nerd, capaz de atitudes surpreendentes, como por exemplo achar inadmissível pequenas mentirinhas, presa a verdade acima de qualquer coisa, e tem uma sabedoria que só quem o conhece verdadeiramente sabe, não é de bater papo com quem não tem intimidade, mas quando se sente à vontade com alguém, é capaz de dar o melhor sorriso, porque sorri com a alma, alma de quem não faz média para conquistar pessoas, é o que é, e é um ser humano tão do bem, que fica difícil expressar em palavras.

Sei que muitos podem pensar que estou sendo exagerada, afinal de contas, sou suspeita por ser a mãe dele, mas não, sei do que estou falando e exatamente por ser sua mãe e também melhor amiga, e posso dizer que jamais conheci tanta integridade num menino de 15 anos.

Quando conversamos sobre meninas, ele me diz: “Mãe, as meninas não gostam de garotos como eu, não faço o perfil delas, elas preferem os caras populares”.

Então eu digo: “A maioria das meninas realmente não gosta, mas é melhor que seja assim, porque esse tipo de menina jamais valorizaria sua essência, sua maneira honrada de ser, portanto Deus na hora certa, colocará uma garota linda assim como você é, capaz de enxergar a pessoa sincera e especial que está dentro de você”.

E ele acaba concordando, porque lá no fundo sabe que é verdade, nós mães somos meio bruxas, e somos  até capazes de fazer algumas previsões sobre a vida de nossos filhos.

Lucas, amo você, tanto, tanto... Amo seu cabelo crescendo, esse seu jeito de não gostar de calça jeans, essa timidez estampada na cara quando te sufoco de carinho, amo a maneira que cuida de mim e amo a maneira que me ama.

Você veio lá do céu, com um grande objetivo, o de me fazer feliz.

Ser mãe de filho adolescente é fantástico, ser sua mãe é um presente raro de Deus.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Intolerância religiosa




Falar sobre religião é algo muito delicado, porque o respeito deve prevalecer na hora de darmos nossa opinião.
Obviamente não vou citar nenhuma religião especifica, até mesmo porque a maioria das pessoas tem um segmento religioso e o meu foco jamais será criticar a vertente religiosa de alguém.
O meu desejo é falar sobre intolerância religiosa, de uma maneira geral.
Achar que aquilo que você segue é uma verdade absoluta (apesar de considerar isso bastante perigoso) mas se aqueles preceitos tornam-se a sua verdade, cada cabeça uma sentença, agora você considerar que tudo o que você vive é o correto e o que os outros vivem está errado, aí não pode ser.
Sou cristã e procuro me orientar através da Bíblia, mas respeito quem não seja, acho que esse é um dos valores imprescindíveis para vivermos bem uns com os outros.
Cresci e fui educada com base nos preceitos católicos, mas existem muitas coisas na religião que eu não concordo, mas essa é a minha opinião.
Visitei outras doutrinas cristãs e aprendi um pouco com cada uma delas, mas não me considero pertencente a nenhuma religião especifica, porque aprendi mais do que qualquer coisa, que Deus habita em mim e o meu dever é praticar aquilo que é o correto, ou pelo menos tentar.
Vejo muitas pessoas serem frequentadoras assíduas dessa ou daquela igreja e fechar os olhos quando alguém precisa dela, ou viver no meio de fofocas e maledicências, ou desrespeitar os outros, estacionar na vaga de deficientes sem ser deficiente, ter preconceito de cor ou “opção” sexual, ou então, ser prepotente e se achar melhor que todo mundo, porque tem isso ou aquilo, o tal preconceito social.
Então, quem pode ser considerado um ser humano melhor? Aquele que frequenta alguma igreja, mas age de maneira equivocada em relação as outras pessoas, ou aquele que nunca vai em igreja nenhuma e age de maneira correta e respeitosa com os outros?
Não estou pregando aqui que as pessoas não devem ter religião, de MANEIRA NENHUMA digo isso, mas se você tiver uma, tente colocar em prática as coisas boas que aprender, não deixando de pensar com sua própria cabeça, mas sempre evitando ser doutrinado por homens, tão ou mais pecadores que você.
Acho sim, que para muitas pessoas a frequência numa comunidade religiosa, pode salvar suas vidas, os jovens por exemplo, podem ter um comportamento sadio, livrando-se muito do que esse mundo louco quer ensinar.
Meu filho por exemplo, sempre estudou em escola adventista, apesar de não sermos adventistas, mas não acho que isso foi ruim prá ele, ao contrário, ele aprendeu muito sobre a Bíblia, mas sempre avaliamos tudo o que ele aprendeu lá, sempre conversamos sobre o que de fato é importante ser feito, mas sem nunca deixar de ter personalidade, respeitar também suas próprias ideias e opiniões.
Jesus Cristo era um cara incrível, extremamente inteligente, com uma compaixão fora de série, bondoso, leal, amoroso, santo. São vários os adjetivos maravilhosos que esse homem tem, e que veio a terra para nos ensinar, morreu por nós, vive por nós.
Acho a história de Cristo, sem dúvida nenhuma a história mais linda da humanidade e não falo isso, só num contexto religioso, falo isso no contexto histórico também.
Ele pregava em qualquer lugar, para qualquer pessoa, sem nenhum tipo de ressalva ou preconceito, preconceito esse que vejo na maioria das religiões e isso me entristece, porque não foi assim que Ele nos ensinou.
Então, ao invés de julgarmos o outro por suas escolhas ou não, vamos pregar o amor, o respeito e a tolerância, antes de qualquer opção religiosa, essas atitudes devem estar presentes na nossa essência e no modo como lidamos com as diferenças dos nossos irmãos.
Porque no final das contas, é exatamente isso que somos, irmãos, e o respeito é só o começo para convivermos bem, mesmo que cada um de nós, siga um caminho diferente, seja ele religioso ou qualquer outro caminho que poderá gerar algum tipo de intolerância.