quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A coragem dos suicidas


*Texto escrito há alguns anos, mas infelizmente esse tema precisa ser lembrado sempre. A depressão é a doença mais grave que existe.

Hoje vou falar de um assunto barra pesada: o suicídio.
Estava assistindo um documentário sobre o músico e vocalista da banda Nirvana, Kurt Cobain, que teve uma carreira arrebatadora, cheia de altos e baixos, talvez mais baixos do que altos, já que ele tinha uma maneira bastante dolorida e pessimista de ver a vida.
Kurt tinha um talento nato, desses que não se encontra tão facilmente na música atualmente, mas infelizmente, não suportou a fama e pôs fim a sua própria vida no ano de 1994, no auge da banda Nirvana.
Não vou falar sobre a carreira de Kurt, ou de outras tantas estrelas, que por um motivo particularmente forte, intencionalmente ou não, optaram por não mais existir fisicamente nesse mundo.
É absurdamente triste falar sobre o suicídio, mas este também é um tema bastante polêmico, e que precisar ser escancarado muitas vezes, porque ele está diretamente ligado à outro tema forte: a depressão, infelizmente ainda vista como fraqueza.
Já falei sobre ambos os temas, num antigo blog que eu tinha, mas acho importante abordarmos mais a respeito dessa tristeza tão profunda que pode sim tirar a vida de muita gente.
Existe uma “coragem” para tirar a própria vida, para apagar a luz, sair de cena pela eternidade, uma coragem carregada de dor, de feridas na alma, jamais cicatrizadas.
Tenho uma grande pena de um ser humano capaz de ceifar sua vida, tirar de si mesmo a oportunidade maravilhosa e talvez única de viver, mesmo com todas as dores físicas e da alma.
Me compadeço dessa “coragem” dos suicidas, e sempre que ouço falar que alguém fez isso, oro para que haja uma travessia branda, porque Deus nos criou para viver e esperarmos a hora certa de partir.
Mas jamais condenarei um ser humano que se suicida, porque somente aqueles que o fazem, podem saber a exatidão de suas dores, portanto, reparem nas pessoas que passam por essa doença maldita chamada depressão, porque não se sabe até quando se pode alcançar a força necessária para se manter em pé e com coragem pra viver.
Nunca subestimem aqueles tristes de coração, jamais os julguem, todos nós somos muito suscetíveis as fraquezas da alma, por isso a fé precisa ser mantida, haja o que houver, jamais desistir de nós mesmos e nos colocarmos no colo do Senhor, sem farsas, sem mentiras, Ele saberá ouvir a voz sofrida de nossos corações, clamando por Seu socorro.
Acreditem no poder de regeneração de nossas feridas internas, acreditem que todos temos muitas oportunidades na vida, acreditem no amor de Deus e no amor daqueles que nos cercam.
Não percam a oportunidade tão maravilhosa de aprender, do autoconhecimento, de admirar a beleza da natureza, de agradecer a chance de simplesmente estarmos vivos e termos a oportunidade de vencermos os obstáculos.
Viver, é sem dúvida nenhuma, o melhor dos presentes.
Acreditem mais em si mesmos e apoiem mais as pessoas que precisam de você.
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Guimarães Rosa

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Se escute!


Jogue limpo, fale o que sente, o que pretende, o que precisa.
Na vida se não for assim, a gente morre. E é uma morte lenta, que corrói, que rompe o amor próprio, que suga o ar, que esmaga o coração.
Meu Deus, que falta de coragem é essa? Onde estão todos os conselhos que damos, a pessoa linda que somos para o mundo todo, o tempo todo, menos para nós mesmos?
Como pode tanta covardia, quando se trata da pessoa principal de nossas vidas? 
Nos boicotamos quando nos permitirmos que escandalizem nossa alma, quando não dizemos um forte e decisivo não.
Morremos aos poucos, quando tudo a nossa volta, passa a ser mais importante do que nós mesmos.
A covardia de não dizer: não quero isso, não posso aquilo, não concordo, não e não.
A alma que aos poucos, entra em colapso, o corpo cansado de não se proteger, sufocado, pelos gritos internos que não se consegue dar.
Que ser humano é esse? Que vamos nos tornando ao longo dessa, que deveria ser a experiência de nossas vidas?
Onde estamos nós? Que não desatamos os nós com a morte, que nos acontece minusiosamente, a cada segundo que respiramos?
Cansa ser o bonzinho da história, cansa, cansa e vai cansando até a data que morreremos de vez.
Fale, grite, uive ser preciso for, mas pelo amor de Deus, SE ESCUTE!

"Eu não sou tão triste assim, é que hoje estou cansada." Clarice Lispector

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A dor do amor


O amor é uma dor... Uma dor latejante no peito.
Romper um amor, por mais bagunçado que ele esteja, feri a alma, e as vezes essa ferida é permanente, sem prazo de cicatrização.
Ela fica ali, exposta, aberta e só o vento do tempo, vai secando aquele machucado que por tantas vezes atinge a alma.
Existem amores, que nos marcam para sempre, para o bem ou para o mal.
Por tantas vezes esse antigo amor, nos deixa acovardados para o novo, para um romance ideal.
O sorriso, o abraço, os planos feitos e desfeitos pelo término, as lágrimas salgadas que machucam o rosto, o brilho apagado do olhar, que agora se fechou, que agora mascara o amor que ficou no coração, trancado, que aos poucos, se esvazia da coragem para amar novamente.
É, muitas vezes o amor é uma dor, uma dor que dilacera, que apunhá-la e que nos faz desacreditar de qualquer outra chance de amar outra vez.
As lembranças atormentam, sugam seu ser, triste e cansado de sofrer.
Para o tempo, talvez haja uma explicação sincera e plausível, de que tudo vai voltar a ficar bonito de novo, e vai...
Porque o tempo é um dos braços de Deus no mundo, para o tempo tudo é possível, tudo pode mudar, todo o cinza, volta a colorir novamente e todo o coração esgotado de amores machucados, volta a se reconstruir de novo.
Deus age através do tempo, do nosso tempo interior, nos revelando que é possível ser feliz sozinho e acompanhado.
Quando a alma dói, o sopro da vida, canta mais alta, lapidando essa alma cansada de se afogar nas lágrimas da dor.
Existe algo que podemos fazer por nossos corações feridos de amar, é importante acreditar na recuperação, na força da vida que nos aguarda com o novo, com o belo, com o verdadeiro amor.
É possível amar de novo, é possível sorrir de novo e acreditar em novos planos, em uma vida nova e feliz com alguém.
Depois desse período de luto, verá  que a vida continua e continuará sempre que você decidir fazer feliz a pessoa mais importante da sua vida, você.