domingo, 5 de junho de 2016

Em minha própria companhia


Tenho estado em paz, tenho me amado muito e tido momentos muito tranquilos em minha própria companhia.
Por muitas vezes tive medo de me ver sozinha, depois de alguns relacionamentos longos, percebo que fiz uma opção muito acertada, quando quis voltar a me encontrar, a me ouvir melhor, no silêncio das minhas andanças na estrada da minha vida.
Parece estranho uma mulher mais próxima dos 40 do que dos 30, estar bem, estando sozinha, mas aprendi aos trancos e barrancos da vida, a me acolher, a me abraçar, a ter bons papos comigo mesma.
Mas para chegar no nível dessa relação interior comigo, não foi tão simples, como pode parecer.
No começo dessa pseudo solidão, penei muito, chorei dias e noites, perdi a fome, perdi o riso, perdi o brilho, via os dias passarem em preto e branco e isso me deixava muito assustada.
Depois do primeiro mês passar, comecei a enxergar uma nova mulher dentro de mim, menos confusa, aflita e contorcida de angústias.
Era ensurdecedor esse silêncio diário, a busca pelas perguntas feitas a todo momento. Era doido demais.
Mas um dia a chave emperrada virou, e a partir daí, foi ficando muito agradável, estar na minha própria companhia.
Fui obtendo as tais respostas, fui enxergando sob uma nova ótica o que estava acontecendo com meus sentimentos, fui me acalmando.
Entre meus escritos, meus livros, meus filmes, minhas músicas, minhas xícaras abarrotadas de chá, fui me reencontrando, na verdade, fui me encontrando, porque acho que nunca havia feito isso antes...
Nos tornamos mulheres no âmago e na intensidade de ser mulher, quando acordamos para nossos sentimentos mais internos, mais confusos e inquestionáveis.

Hoje sei quem sou, não o suficiente para não buscar novas respostas, mas o suficiente para me acalmar e seguir em frente.

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