segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Minha urgência de sentir

 Faz tempo que não escrevo e portanto um bom tempo que não me desnudo por inteiro.

Esse ano cheguei na casa dos 47 anos e confesso que as vezes ainda me sinto estranha, nessa roupa mais experiente.

Houve um tempo, no auge dos 30, mais precisamente, que eu consumi muitos livros e escrevi muitos textos, e depois por um longo tempo me perdi de mim, da minha essência, de quem sempre gostei de ser.

É importante voltar para nossa casa interna, recolher nossos pertences e recomeçar de novo.

O recomeço é uma espécie de faxina interior, um reaproveitamento de tudo aquilo que já foi aprendido até aqui, um passo que se tenta o equilíbrio, nessa fase tão complicada e inconstante da vida.

Uma mulher com quase 50 anos, já caminhou muitos passos, já derramou mares de lágrimas, já se perdeu e se encontrou diversas vezes.

E para todos os passos e descompassos é importante nutrir um tanto de coragem, para seguir firme e levantar todas as vezes que se cai.

Talvez não esteja tão próxima do que quero em mim, mas tenho certeza que estou bem mais próxima do que jamais estive, e isso me dá uma sensação boa de pertencimento.

Já sei quem sou e também sei quem não quero ser, de certa forma pra mim, isso já é liberdade.

Me empolgo diante das palavras que aqui escrevo, onde nelas se encontram meus sentimentos, esses que nascem de próprio punho.

Ser mulher vem de um local, onde com lágrimas nos olhos, encontro Deus.

Quero muito partir desse momento de preciosidade poética e revelar minhas verdades nem sempre tão reais, quero sentir que sou eu mesma aqui, falando com aqueles, que se encantam com partes minhas que estou descobrindo agora.

Estou nesse momento, novamente nesse insano momento, de escrever, chorar e sorrir e assim, poder encontrar uma segurança pertencente, que só pode brotar de dentro de mim.

A psicanálise me ensina que o amor é o intervalo entre o desejo e o encontro.





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