Vejam bem, obviamente em toda regra pode haver exceção, mas
nesse caso, as exceções são de fato raríssimas.
Existe uma marca registrada nessa geração online, aqueles
que demonstram menos desapego saem “ganhando”.
Mas me pergunto: ganhando o quê?
O ciclo dessa solidão rasa, se perpetua a cada match.
As conversas trocadas, os encontros, fazem você perceber que
muitas das vezes, o melhor seria mesmo você ter ficado em casa, assistindo um
bom filme ou lendo um bom livro.
Porque quando volta, percebe que voltou mais solitário,
menos feliz e com mais repulsa de ter feito parte disso.
Você continua a insistir nessa luta, acreditando que dessa
vez dará certo e que terá em seu caminho alguém, disposto a amar como você,
sim, você sabe o quanto de amor pode ainda oferecer, mesmo com seu coração em
cacos e sua alma cansada de tentar.
Algumas boas conversas, que por vezes não saem disso, porque
a covardia berra mais alto e faz você perceber que pessoas estão ali,
cadastradas com seus belos perfis, apenas pelo vício de encontros online via Skype.
Recusando-se a viver a vida real, com suas dores e alegrias.
De repente, você acha que alguém legal e disposto apareceu
para mudar sua ideia negativa sobre esses sites, mas rapidamente descobre que
os especiais também estão com suas vidas corridas demais para deixar o amor
entrar.
O ciclo da solidão se perpetuando outra vez e você voltando
para a fila dos carentes e solidários online.
Saudável isso? Dou o meu mais absoluto não.
Existem pessoas legais querendo amar, e elas também podem
estar com um perfil num desses inúmeros sites de “relacionamento”, mas por
favor, não se iluda, tenha em mente que encontrará menos gente disposta a te
oferecer algo bonito, do que ao contrário.
A guerra por egos inflados é bem maior do que a guerra para
se encostar no peito de alguém e fazer morada.
Todos são inteligentes demais, bonitos demais, sinceros
demais, viajados demais, para querer dividir a vida com alguém. Não precisam de
ninguém.
A vitrine pode parecer atrativa, mas não se engane.
Se quiser ir nessa direção, aconselho a ir com calma, poucos
estarão querendo realmente sair de seus castelos fúteis, a fim de se entregar a
uma bela história de amor.
Relatando minha própria experiência, preferi voltar para as
reais possibilidades de encontros.
De repente, na fila do caixa no supermercado, num café ou
numa livraria qualquer, eu possa encontrar aquele que será meu último, real,
intenso e verdadeiro amor.
Até lá, vou me amando e apreciando minha própria companhia,
já desprezada algumas vezes.
Antes de tudo, é vital saber se amar, então ame-se.
Antes sozinho do que mal amado.
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